San Pablo de Yao e suas paisagens
Começar não é fácil, mas creio que continuar seja uma força motriz muito mais intensa. Na busca de um começo, já de cara encontramos finais. Os finais dizem respeito às conversas soltas em meio ao caminho na busca da história que não se sabe contar; da simplicidade da gente te dizendo “Oi” e “Bom Dia”; dos olhares.
Do vento sobre o sol, dos sons
que ao caminhar escuta e identifica que além dos pássaros, rios, árvores,
terra, campo, montanhas, das risadas ou ainda das caixas de som tocando reggaeton, existem muitos silêncios.
Silêncios que podem ser os espaços entre
uma casa e outra, da não pressa do estar e do acontecer, daquela sensação de um eterno
domingo em plena segunda-feira ou ainda dos encontros.
Esses mediados pelo caminhar
com uma câmera em uma estrada de asfalto, em um pequeno povoado, de glórias de
um passado e com cultura: de plantar, de colher, de identidade. E ali, olhando
com a câmera: “Tira foto... É vídeo!”, me encontraram histórias de passagem, de
trânsito, de estar.
Mas como sabemos e, às vezes, nos esquecemos, são os
caminhos, ou podemos também dizer os processos, que estão nesse ínterim que nos
molda.
*Crônica realizada para Ecos: Voces de la Sierra da EICTV em 2019.